São José e Nossa Senhora, quando estavam caminhando para a cidade de Belém, tiveram que preparar às pressas um lugar para o nascimento de Jesus. Na cidade, não havia lugar para eles; todas as hospedarias estavam lotadas; mesmo assim, eles encontraram um lugar simples, uma manjedoura (Lc 2,6-7).
Há pessoas cujo pessimismo faz com que percam a esperança, como também afirmam que não há mais lugar para Jesus e para a família na cidade. Dizem que as portas estão fechadas porque são tantas as ocupações e preocupações no dia a dia, que não há mais lugar para a fé e para a solidariedade em seus corações.
À primeira vista, parece que essas pessoas têm razão, mas caminhando pelas ruas da Cidade, visitando as Paróquias, Capelas e Comunidades, vi que esse discurso não se sustenta porque existe uma cidade de portas abertas para a fé, para o encontro, para a solidariedade e para a paz; vi gente chorando ao lado daqueles que sofrem com a morte de um familiar; vi homens e mulheres trabalhando como voluntários, dedicando-se aos pobres de recursos e aos pobres de estima e afeto; vi sacerdotes, diáconos e leigos implorando ao Senhor e caminhando ao lado dos que estão sofrendo com a violência; vi consagrados e consagradas levando a Palavra e enfrentando as mais diversas necessidades junto com o povo; ouvi lideranças pedindo-me sacerdotes para a celebração da Santa Missa e para formar novas comunidades; vi tantos adolescentes, jovens e adultos, dizendo que as portas do coração estão abertas ao Espírito Santo de Deus na celebração da Confirmação; vi, acima de tudo, discípulos missionários fazendo o Reino de Deus acontecer em nosso meio.
Se existem algumas portas fechadas (eu tenho certeza, porque vi), existem, também, na Diocese de Foz do Iguaçu muitas manjedouras preparadas, muitos lugares dispostos, muitas portas abertas para o Menino, para a fé e para fazer com que a paz renasça. Se os pastores, a convite dos anjos, foram às pressas a Belém e encontraram o Menino, não deixe para a última hora, para depois, para o ano que vem; junte-se à multidão de discípulos missionários, procure uma Comunidade, uma Capela ou Paróquia para presenciar o renascimento da esperança, o reencontro da beleza da fé e ver, também, como o frágil Menino, encontrando uma porta aberta, faz superar o medo, gera a solidariedade, traz a salvação.
Dom Sergio de Deus Borges
Bispo Diocesano de Foz do Iguaçu