Diocese

O dia 26 de agosto comemora a instalação da Diocese de Foz do Iguaçu. Para celebrar a data, nada melhor do que recordar e celebrar sua caminhada ao longo da história. Convém, então, recordar os eventos  principais, a partir das origens até os nossos dias.

A presença da Igreja em nossa região remonta ao século XVI (1551), com o trabalho dos Jesuítas no meio dos colonos espanhóis e especialmente nas reduções guaraníticas. A obra missionária dos Jesuítas se estendeu em toda a região a leste do rio Paraná, a Norte do rio Iguaçu e a Sul do Paranapanema.

Em 1631, os jesuítas e os índios aldeados, pressionados pelas ameaças impiedosas dos Bandeirantes, realizaram um grande êxodo, retirando-se para o Território de Missiones,então sob o domínio espanhol. A partir desta data, a região ficou praticamente abandonada e Foz se tornou um ancoradouro para os barcos que vinham do sul pelo rio Paraná.  Só no fim do século XIX, os padres do Verbo Divino começaram a marcar presença, vindo de Encarnación, no Paraguai, por barcos que navegavam pelo Rio Paraná.

A abertura da Estrada Velha de Guarapuava, em 1889, facilitou os contatos com o Brasil. Depois da chegada da colônia militar, foram aparecendo os primeiros serviços públicos. Em 1914 a Vila se tornou município e, em 1918, a assistência religiosa ficou sob a responsabilidadedos Padres do Verbo Divinode Guarapuava.

Em 1923,provenientes de Guarapuava, instalaram-se em Foz os três primeiros Verbitas, chefiados pelo Pe. Guilherme Thiletzek. A partir de Foz, eles garantiam assistência religiosa a todo o Oeste do Paraná. O eficiente trabalho dessa equipe missionária levou, em 1926, o papa Pio XI a erigir a Prelazia de Foz do Iguaçu, nomeando o Pe. Guilherme para o cargo de primeiro Prelado, com o título de Monsenhor.

Monsenhor Guilherme assistiu generosamente toda a região, que ia de Guaíra até Campo Mourão, Pitangas e Laranjeiras do Sul. Para facilitar o trabalho pastoral, ele transferiu a sede da Prelazia para Laranjeiras do Sul, porque ocupava um lugar bem mais central. Vitimado pela sua intensa atividade, contraiu  a doença de hidropisia e teve que buscar assistência médica em São Paulo e depois no Rio  de Janeiro. Lá veio a falecer no dia 26 de fevereiro de 1937.

Como segundo prelado,assumiu a Prelazia Dom Manoel Konner, que teve um governo conturbado. Depois do ingresso do Brasil na II Guerra Mundial em 1943, ele foi acusado de guardar armas na casa de Foz do Iguaçu e, por esta acusação infundada, amargou vários meses de prisão no Rio de Janeiro.

No século XX, o Oeste do Paraná começou a atrair aventureiros de todos os estados do Brasil,  especialmente do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Em meados do século, o Governador Moisés Lupion empreendeu um vasto programa de colonização e, através dos serviços da colonizadora “MARIPÁ”, promoveu um vertiginoso aumento da população. Milhares de colonos ocuparamos lotes no interior da Prelazia, provocando grande transformação no quadro populacional. Em vista disto, em 1958,  a Santa Sé tomou a decisão de suprimira Prelazia de Foz do Iguaçu  e criou duas novas dioceses: Toledo e Campo Mourão, as quais foram instaladas em 1960. A partir dessa data, por 18 anos, Foz do Iguaçu passou a fazer parte da diocese de Toledo, cujo primeiro bispo foi D. Armando Cirio.

No tempo da Prelazia, o número das paróquias era reduzido. As principais eram Guaíra, Laranjeiras do Sul, Campo Mourão e Pitanga e, no território da diocese de Foz, São João Batista, Medianeira e São Miguel do Iguaçu. Mas, durante nossa pertença a Toledo, o número cresceu sensivelmente com a criação das  paróquias de Santa Teresinha, São Paulo Apóstolo e São José Operário, em Foz do Iguaçu, Santo Antônio em Santa Helena, Nossa Senhora de Caravaggio em Matelândia, São José Operário em Céu Azul, Sagrada Família em Ramilândia, São José das Palmeiras no município homônimo, Nossa Senhora da Conceição em Missal, e Santa Catarina, em Vera Cruz do Oeste.

O vertiginoso aumento da população induziu Dom Armando Círio a pensar na criação de nova diocese. Para ele, a solução era unir Toledo a Cascavel e criar a nova diocese em Foz do Iguaçu. Mas Cascavel mostrou-se terminantemente contrária. Após longa disputa entre as pretendentes e acurado exame da situação por parte do Núncio, em 1978, o Vaticano elevou as duas  cidades à condição de sede de diocese.

Foz do Iguaçu foi instalada no dia 26 de agosto de 1982, recebendo o primeiro bispo na pessoa de Dom Olívio Aurélio Fazza. Dom Olívio governou a Diocese durante 24 anos, desenvolvendo um grande trabalho apostólico e enfrentando sérios problemas sociais, por causa da barragem de Itaipu e de ocupações por parte do Movimento Sem Terra. Criou quatro paróquias: Perpétuo Socorro de Foz, Nossa Senhora Aparecida de Diamante do Oeste, São Francisco de Assis de Foz e Nossa Senhora Aparecida de Porto Meira. Seu maior mérito foi a abertura do seminário diocesano, em 1983.

O segundo bispo foi Dom Laurindo Guizzardi, que continuou o trabalho de Dom Olívio. Criou  cincoparóquias: Bom Jesus do Migrante, Nossa Senhora de Fátima, Menino Jesus, Nossa Senhora da Saúde, na cidade de Foz, e Nossa Senhora de Fátima em Serranópolis. Para dar espaço à paróquia de Nossa Senhora de Guadalupe, suprimiu a paróquia São José Operário de Foz e, em 2005, deu início à construção da nova Catedral.

O terceiro bispo, Dom Dirceu Vegini, renovou a liturgia da Diocese e criou a paróquia de Nossa Senhora das Graças. Seu incontestável mérito foi trazer para Foz o Diaconato permanente e ordenar o primeiro dos quatro  candidatos. Vitimado por grave e inesperada doença, veio a falecer em 29 de setembro de 2018. Aliás, convém lembrar que no mesmo ano de 2018, morreram dois sacerdotes diocesanos: Pe. Arcelino Mantovani e o jovem sacerdote Pe. Maurício Camati.

Para organizar a Diocese e implantar o Reino de Deus em nossa região, batalhou ao lado dos bispos um generoso grupo de sacerdotes, de religiosas e de leigos, a quem a Diocese deve muita gratidão. Por causa da escassez de clero diocesano, nos primeiros tempos, a maioria dos sacerdotes pertenciam a congregações religiosas. Entre estas, merecem destaque os missionários do Verbo Divino, que foram os pioneiros, os Franciscanos Capuchinhos, os Jesuítas, os Missionários de São  Carlos (Scalabrinianos), os padres de Dom Guanella, de Piamarta e os padres Passionistas.

A diocese permaneceu vacante por um ano e, no dia 7 de setembro de 2019, tomou posse o bispo Dom Sergio de Deus Borges. Seu Lema In hoc signo vinces (João 3,14-15) “Por este sinal, vencerás”. Tem-se ocupado, entre outras coisas, com o Seminário Diocesano que estava instalado, precariamente, em Foz do Iguaçu, e voltou a estabelecer-se no Seminário em Medianeira. E a pandemia, que continua a produzir transtornos no mundo inteiro, não deixou de influenciar e, de certa forma, reduzir, e até paralisar, muitíssimas atividades em todas as paróquias.

A educação e a saúde tiveram como responsáveis as congregações religiosas femininas, que marcaram presença em quase todas as paróquias, na cidade de Foz e especialmente no interior. Entre elas, merecem destaque as Filhas de São Vicente de Paulo, que trabalharam em Foz do Iguaçu, as Franciscanas de Ingolstadt, em São Miguel, as Irmãs Servas do Espírito Santo, em Medianeira, as Filhas de São Camilo, em Matelândia, as Irmãs Missionárias de São Carlos (Scalabrinianas), em Foz, as Irmãs Filhas de Santa Maria da Providência, em Santa Teresinha de Itaipu, as Irmãs do  Sagrado Coração do Verbo Encarnado, na APMI, as Irmãs Beneditinas da Divina Providência, na creche Mãe Carolina, as Irmãs de Maria Santíssima Consoladora, em Porto Meira,  e as Irmãs Carmelitas do Carmelo “Cristo Rei”, no município de Céu Azul.

Outras congregações, como as Irmãs da Divina Providência, as Irmãs Passionistas, as Irmãs Estigmatinas e as Irmãs Paulinas, marcaram presença respectivamente nas paróquias Santa Helena e Missal, São José das Palmeiras, Diamante do Oeste e Vera Cruz do Oeste. Devido a causas diversificadas, entretanto, estas congregações terminaram por se retirar.

É justo lembrar que, ao lado destas forças vivas, marcaram presença relevante também as associações “Comunidade Mar a Dentro” e a “Fraternidade Charles de Focauld”. Mas seria um lapso imperdoável esquecer os Movimentos e Associações que desenvolveram sua ação evangelizadora entre nós: o Cursilho de Cristandade, o Convívio, a Renovação Carismática, o Apostolado da Oração e a Federação Mariana entre outras. A eles e a elas a Diocese sente o dever de agradecer de coração. Também seria imperdoável esquecer o generoso trabalho dos leigos e leigas que, unidos no CDL,  foram agentes preciosos dentro da Igreja e presença atuante da Igreja na sociedade.

A todos, Ministros Ordenados, membros da Vida Consagrada e membros do Laicato Católico,a Diocese apresenta um voto de louvor e de merecido reconhecimento!

 

 

A Diocese de Foz do Iguaçu foi criada pelo decreto de sua Santidade o Papa Paulo VI no dia 05 de maio de 1978, com a bula “DE CHRISTIANI POPULI”. Foi instalada a 26 de agosto de 1978. Ela foi desmembrada da Diocese de Toledo com os territórios integrais dos municípios de Foz do Iguaçu, Céu Azul, Matelândia, Medianeira, São Miguel do Iguaçu e Santa Helena. A Diocese é composta atualmente por 14 municípios e 28 Paróquias.

Dom Sergio de Deus Borges – Bispo Diocesano

 

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