Dizia certo escritor, um convertido, que os católicos são felizes e não sabem. Quem puder, contemple uma fotografia de gente anônima numa procissão, como a de Corpus Christi. E tire suas conclusões.
A primeira procissão, digamos assim, oficial, de Corpus Christi, ocorreu no dia 19 de junho de 1264. Antes disso, várias cidades já estavam realizando essas manifestações de fé na real presença de Cristo na Eucaristia. E aqui é necessário mencionar uma santa, conhecida como Santa Juliana de Cornillon, Bélgica. No século XIII, ela liderava um Movimento Eucarístico que deu origem a vários costumes eucarísticos, como a Exposição e Bênção do Santíssimo Sacramento, o uso dos sinos durante a elevação na Missa, e a festa do Corpus Christi.
Isso era importante para dar vigor à fé diante de certos filósofos, como um tal de Berengário, que negava a real presença eucarística. Aliás, até certos “teólogos” atuais andam falando que se deveria entender a Eucaristia em termos de “transignificação”, “transfinalização”, “presença espiritual”, “feliz recordação”, “saudade”… Ora, no século 21, com tantos meios de comunicação, não tem explicação não crer ou rejeitar a fé católica. Por exemplo, não crer nos milagres eucarísticos, com culpa ou sem culpa, é ser irracional. E se for com culpa, é pecado contra o Espírito Santo. A ignorância em assuntos de fé pode ser altamente perigosa e pecaminosa.
Assim, com os moderníssimos meios de investigação científica de nossos tempos, já foi possível demonstrar que, em vários Milagres Eucarísticos, a Carne e o Sangue, que eram Hóstia Consagrada, são carne e sangue de uma Pessoa Viva, aí presente, pois os glóbulos brancos estão intactos. Como se sabe, os glóbulos brancos explodem depois de uns dez minutos fora do corpo. Mas os glóbulos brancos estão intactos até na carne e no sangue que é o Milagre Eucarístico de Lanciano, que ocorreu há 1.300 anos. É um pedaço vivo do coração vivo de Cristo.
Ou em milagres eucarísticos recentes, como o de Buenos Aires ou Legnice e Sokolka (na Polônia), ou Tixtla (México). E a real presença eucarística foi demonstrada cientificamente por Ricardo Castañon, que mediu a energia que existe ao lado de Patrícia Talbot, no Equador, depois de ela comungar. Ou o fato de ela, Patrícia Talbot, entrar em “estado delta” (inconsciência), no exatíssimo instante em que recebe a comunhão. .
Ora, é essa inacreditável Presença de Cristo que nós festejamos no Corpus Christi e em outras manifestações.
E retomemos o assunto da Festa de Corpus Christi. Um Fato Eucarístico. Nos anos 1260 havia graves conflitos em Roma, de tal modo que o Papa Urbano IV teve que residir em Orvieto. Na época, durante uma missa na vizinha localidade de Bólsena, logo após as palavras da consagração do pão, escorreu Sangue da hóstia. O sangue impregnou a pedra do altar e o corporal. E mais quatro pedras do piso ficaram manchadas. No corporal existem 25 manchas de sangue que formam o rosto de Cristo.
Sabendo disso, o Papa organizou uma solene procissão para levar o corporal deste milagre eucarístico até a cidade de Orvieto. E ainda hoje lá se conserva e, nele, as marcas do prodígio. Em Bólsena se conservam, até hoje, as pedras manchadas de sangue no momento do milagre. O grande artista Rafael fez uma famosa pintura que retrata o milagre. Na catedral de Orvieto há obras-primas que retratam o milagre eucarístico. E foi em virtude deste importante milagre eucarístico que o Papa Urbano IV instituiu a festa universal do “Corpus Christi”, e o grande gênio, sábio e santo Tomás de Aquino compôs a liturgia da festa.
Então, embora neste ano de 2020 a tal da pandemia nos impeça de fazer aglomerações, procissões, multidões… cada um pode expressar-se de alguma maneira… nem que seja, por exemplo, fazendo uma caminhada até a frente da igreja onde está o Santíssimo Sacramento.
Pe. Aldo Dal Pozzo
Catedral Diocesana Nossa Senhora de Guadalupe